Ultimamente, em resultado de compromissos profissionais, tenho lidado mais de perto com crianças. Sempre ouvi dizer que as crianças são o melhor do mundo, mas algumas "pestinhas" sempre me fizeram duvidar se isso seria realmente verdade.
Um dia desses, segunda-feira, conheci um menino de etnia com olhos redondos cor de mel e um sorriso generoso. Foi, durante aquele fim-de-semana, abandonado pela mãe. Ele e os dois irmãos mais velhos ficaram para trás. Não faziam parte do plano de fuga de uma mulher que certamente terá os seus motivos para agir assim mas que, à partida, não serão suficientemente convincentes ao ponto de justificarem tal comportamento.
As crianças, sobretudo quando pequeninas e indefesas, apelam ao nosso instinto protetor. E haverá quem diga que, por serem pequeninas, não percebem o que se passa e, por tal motivo, será mais fácil contornar a situação sem mazelas.
Eu não acredito nisso! Mais dia menos dia este menino com olhos cor de mel e sorriso generoso certamente irá concretizar, através de gestos e atitudes, a herança da sua infância, como se se tratasse de uma tatuagem que lhe tinge a pele para sempre.
Não existem pais perfeitos. Nem filhos. Porque não existem pessoas perfeitas e essa é a mais óbvia das certezas que levo comigo para onde quer que vá!