Ao princípio não havia caminhos.
Nem veredas.
Nem atalhos.
Eram só montes. Só pedras. Só cardos.
Só silvas. Só espinhos. Só ouriços. Só matagais.
O HOMEM TENTOU
Tentou sozinho.
Uma vez... Duas vezes... Muitas vezes...
Em vão?
Foi desbravando a floresta.
Foi abrindo uma galeria.
O labirinto foi-se abrindo.
Já conhecia uma passagem.
Nela tinha ele a certeza de passar.
Pisou-a muitas vezes.
Foi-a calcorreando.
Cada vez se abria mais a clareira que abrira.
Passou muitas vezes.
Pacificamente.
Com firmeza.
Cortou as silvas, tirou as pedras.
ABRIU CAMINHO.
Passou sozinho.
O caminho ainda não era largo para todos.
Tentou passar acompanhado e conseguiu muito a custo.
Tentou abrir mais. Passou mais de uma vez.
Pára e vê o caminho que ele abriu.
Pensa no que lhe disseram e aprendeu sozinho:
CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO, FAZ-SE O CAMINHO A ANDAR!
Passaram muitos.
Passaram todos...
Ao fim, todos eram um caminho.
Um caminho que se pisa e não se esquece.
Hélder Ribeiro, in Tempo Livre
1 comentário:
E tu? Quando é que vais escrever um poema, hum?
Cuida-te.
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