domingo, 30 de outubro de 2011

Caminho de voltar




Há sempre um sítio para fugir,
Se queres saber,
Um sítio onde podes descansar.
Há sempre alguém para te agarrar e te esconder

Se vais cair, eu vou te ver
Antes da dança, antes da fuga
Eu sei te ver
Antes do tempo te mudar eu vou saber
Antes da névoa te despir e te levar
Há um sítio onde o escuro não chegou
Por onde podes ir
Um rio para libertar.

Há sempre alguém para te salvar
Se queres saber, se queres sentir outro lugar
Há sempre alguém para te dizer se vais cair
Para te travar e adormecer
Antes do dia, antes da luta, eu sei te ver
Antes da noite te sarar eu vou saber
Antes da chuva te romper e te lavar
Há um sítio onde a estrada te deixou
Por onde tens que ir se te queres libertar.

E tudo o que for por bem, tudo o que der razão
Como ponte vai ligar.
Tudo te vai unir, tudo se faz canção
No caminho de voltar, no caminho de voltar...

Há sempre paz noutro lugar, entre nuvens
Um sítio onde podes perceber
Que há sempre alguém para te ver em segredo
Te descobrir
E renovar.

(Tiago Bettencourt)


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Love in wonderland_oO-Rein-Oo


“Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. (…) Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados? (…) Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. (…) Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. (…) Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós.”
Fernando Alvim


Histórias de Paixão

domingo, 23 de outubro de 2011

Refém

(foto retirada daqui)


Aprisionada num lugar incerto, às voltas a mim mesma,
aos meus pensamentos viciados e às minhas certezas ocas,
Sou, inúmeras vezes, refém
de um labirinto arquitectado pela minha mente...


sábado, 22 de outubro de 2011

Acordar




Não parti, mas já não sei voltar.
Ando às voltas a esquecer quem sou.
Bebo a noite até o Sol chegar.
Ele sempre me encontrou.

Só o Amor me faz correr.
Só o Amor me faz ficar.
Só o Amor me faz perder.
Só o Amor me faz querer mais.

Não sei viver sem ter de viver.
O que me dão já não sei gostar.
Não se perde o que não se quer ter.
Cada vez mais sei esperar.

E se for a primeira vez,
que os teus dedos tocam a luz da manhã.
Dá-me a tua mão. Respira o ar do dia.
Talvez nada mais.

(Rádio Macau)