segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Vontade


(Foto retirada daqui)


"Quero, terei;
Se não aqui;
Noutro lugar que ainda não sei.
Nada perdi
Tudo serei".

Fernando Pessoa 

. . .

A vida é isso mesmo - uma busca incessante daquilo que nos traz felicidade e realização, seja aqui ou além que nunca nos falte coragem e determinação para continuar, pois é certo que nada é em vão... :) 

domingo, 25 de agosto de 2013

Silêncio



(Foto retirada daqui)

Ultimamente, em locais públicos, tenho vindo a reparar em casais que jantam ou tomam um café ou um copo mas mal trocam algumas palavras entre si e, aparentemente, isso não os perturba. 

A mim, confesso, faz-me alguma confusão e apenas uma dúvida persiste: já não conseguem encontrar assunto para quebrar esse silêncio que parece ter-se instalado entre ambos ou então comunicam sem verbalizar pela cumplicidade que construíram...?

De qualquer das formas não deixa de ser estranho... 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sim, fico incomodada!



(Foto retirada daqui


Quando se passa muito tempo longe da nossa terra natal corremos o risco de passarmos de "residentes" a "visitantes"... pelo menos para as gentes que lá permanecem os que regressam por breves períodos de tempo parecem ser os filhos (bastardos) da terra!

Em pouco mais de duas semanas senti-me mais uma turista que por lá andava a conhecer a ilha. Senti-me apenas com uma vantagem em relação aos demais: nasci e cresci naquela terra, conheço lá pessoas e tenho família. 


Mas, sinceramente, vendo bem... nem sei se isso será uma vantagem... Sinto, por vezes, um quê de ressentimento na voz quando alguém me diz que não volto porque não quero ou porque não me interesso pela terra em que vivi (quase) as duas primeiras décadas de existência... fazendo-me sentir uma ingrata! 

Houve sempre quem partisse, deixando para trás a ilha... sozinhos ou em família, para perto ou bem mais longe do que se possa imaginar. Uns voltam regularmente, outros nem tanto e há mesmo quem se recusasse sequer a pisar novamente território insular. Todas elas são opções válidas por quem as tomou, pelo menos a meu ver. 

Houve um período em que a emigração era uma realidade que afetava a maior parte das famílias e quem ousava partir era considerado um bravo, por cruzar o oceano em busca de um futuro melhor lá pelas Américas. 
Recentemente, os jovens que pretendem prosseguir estudos têm forçosamente que partir e, concluída a missão académica, alguns acabam por não regressar... 
Mas estes não são vistos como bravos ou corajosos mas como ingratos e desinteressados. E isso incomoda-me... Incomoda-me muito porque, na maioria dos casos, não regressamos exatamente pelo mesmo motivo que os emigrantes de outrora: em busca de oportunidades prósperas. 

E incomoda-me ainda mais perceber que, independentemente do lugar em que estejamos, somos orgulhosamente açorianos, estamos a par do que lá se passa e regressamos sempre que podemos... e não somos, com toda a certeza, menos açorianos do que aqueles que lá residem.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Isto da açorianidade...


(Foto retirada daqui) 

"Levamos as ilhas dentro de nós, e cá para dentro trazemos o mundo inteiro. Tempo houve em que eu (...) olhava para o meu antigo BI e já não me reconhecia como aquela pessoa daquele lugar. (...) Nós somos a geografia sem mapa. Ser açoriano foi sempre estar presente e ausente de nós próprios e dos nossos. (...) Na ilha, o sentimento é a saudade não das terras distantes, mas dos nossos que as ocupam um pouco por toda a parte. Daqui, seremos sempre de lá também..." 

Valberto Freitas 

(E eu subscrevo na totalidade. Ser-se açoriano fora dos Açores é isso mesmo: é nem ser de cá nem ser de lá a 100% e aprender a lidar com isso todos os dias...) 



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Já não seria a mesma coisa...


(Foto retirada daqui

... Se eu fosse de férias sem que, no aeroporto, me falassem em inglês ou me perguntassem "é portuguesa?" antes de me abordarem :) 

Desta vez apeteceu-me responder: "por acaso falo português mas não sou portuguesa, sou uma cidadã do mundo!"