quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vidas paralelas

(Foto retirada daqui)

Cabisbaixo, de olhar fixo no chão frio do aeroporto, lá andava ele. De lá para cá. De cá para lá, alheado de tudo o que se passava em seu redor. A mera retribuição do desprezo que lhe ofereciam aqueles que não demoravam a olhá-lo. 

Numa mão um saco gasto, opaco, com os seus poucos pertences e na outra um pequeno rádio a pilhas que, certamente, será o único elo de ligação com este mundo que o despejou. 

É apenas mais uma noite que se demora. Uma noite fria mas não tão fria quanto a bagagem sentimental que lhe servirá de companhia... Um passado que lhe deu como presente a rua como lar. 

Foi a primeira vez que o vi. Talvez seja, também, a última. 
A desumanidade tem rosto! 
Não um. Muitos! 




quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Autoconhecimento (1)

(Foto retirada daqui

"Quem olha para fora, sonha. 
Quem olha para dentro, desperta." 

Carl Jung

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

(Des)encontros!

(Foto retirada daqui)

Não há como nos encontrarem se estivermos desencontrados de nós mesmos! 
Quando nos encontramos, as coisas começam a fazer sentido. Somos capazes de encontrar as respostas às perguntas que nos surgem. Vemos com clareza. Conseguimos legendar o que sentimos num determinado momento. Abrimos os braços e estamos disponíveis para agarrar as oportunidades que nos alimentam o brilho no olhar! 


Quando não nos sentimos capazes de o fazer é o sinal mais evidente que, algures, nos desencontrámos de nós próprios. Deixamo-nos de ouvir, de perceber, de conseguir estabelecer um diálogo interno verdadeiro. Por isso, é tão necessário parar, de vez em quando, para nos sincronizarmos e, de seguida, quando sentirmos que tudo está bem, prosseguir viagem! 



Em qualquer que seja a viagem, as paragens deviam ser obrigatórias! 


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Nós e o olhar dos outros...

 
[foto retirada daqui]

Quantas vezes fomos surpreendidos por comentários de outros a nosso respeito, com os quais não nos identificámos?
Muitas vezes...possivelmente (quase) sempre! Porque a forma como nos vemos não é necessariamente a mesma com que nos vêem. 

Cada um de nós pressupõe uma série de caraterísticas em relação ao outro (ainda desconhecido) apenas tendo por base o pouco que se sabe ou simplemente com aquilo que julgamos ver ou é suposto pelo que sabemos da idade, a profissão, a proveniência, a forma como se veste ou age perante uma determinada situação... e serão essas primeiras impressões que irão orientar o que viermos a ver no outro. 

Se, por um lado, construimos a perceção dessa pessoa com base nesses pressupostos, alguns deles aparentemente irrefutáveis e inquestionáveis, por outro lado, é essa multiplidade de olhares e perceções que, por vezes, promovem o conhecimento de nós próprios. 

É importante percebermos que mensagem transmitimos aos outros e receber esse feedback pode ser uma excelente forma de nos analisarmos e crescermos, reforçarmos a nossa personalidade e até nos surpreendermos positivamente e sentirmo-nos melhores pessoas.

Mas para tudo há um senão... Nem sempre esses olhares externos nos fazem crescer e, quando isso acontece, geram desconforto e colocam-nos numa situação de constante ambiguidade. Sobretudo quando sabemos que não somos como nos vêem e que, possivelmente, nunca o seremos! Mais difícil se torna esta situação quanto mais nos sentimos empurrados para a necessidade de optar por uma das vias possíveis: representarmos o papel que nos atribuíram (para não levantarmos suspeitas e correspondermos às expectativas) ou, pelo contrário, assumirmo-nos sabendo de antemão que isso nos poderá trazer dissabores... porque ninguém gosta de se sentir desiludido e muito menos ver essa desilusão no olhar dos outros...