terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Nós e o olhar dos outros...

 
[foto retirada daqui]

Quantas vezes fomos surpreendidos por comentários de outros a nosso respeito, com os quais não nos identificámos?
Muitas vezes...possivelmente (quase) sempre! Porque a forma como nos vemos não é necessariamente a mesma com que nos vêem. 

Cada um de nós pressupõe uma série de caraterísticas em relação ao outro (ainda desconhecido) apenas tendo por base o pouco que se sabe ou simplemente com aquilo que julgamos ver ou é suposto pelo que sabemos da idade, a profissão, a proveniência, a forma como se veste ou age perante uma determinada situação... e serão essas primeiras impressões que irão orientar o que viermos a ver no outro. 

Se, por um lado, construimos a perceção dessa pessoa com base nesses pressupostos, alguns deles aparentemente irrefutáveis e inquestionáveis, por outro lado, é essa multiplidade de olhares e perceções que, por vezes, promovem o conhecimento de nós próprios. 

É importante percebermos que mensagem transmitimos aos outros e receber esse feedback pode ser uma excelente forma de nos analisarmos e crescermos, reforçarmos a nossa personalidade e até nos surpreendermos positivamente e sentirmo-nos melhores pessoas.

Mas para tudo há um senão... Nem sempre esses olhares externos nos fazem crescer e, quando isso acontece, geram desconforto e colocam-nos numa situação de constante ambiguidade. Sobretudo quando sabemos que não somos como nos vêem e que, possivelmente, nunca o seremos! Mais difícil se torna esta situação quanto mais nos sentimos empurrados para a necessidade de optar por uma das vias possíveis: representarmos o papel que nos atribuíram (para não levantarmos suspeitas e correspondermos às expectativas) ou, pelo contrário, assumirmo-nos sabendo de antemão que isso nos poderá trazer dissabores... porque ninguém gosta de se sentir desiludido e muito menos ver essa desilusão no olhar dos outros...

 

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