terça-feira, 30 de março de 2010

O que eu desejo ainda não tem nome...


" Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.

Eu não quero uma verdade inventada.
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência mas sim de sentir, de entrar em contacto...

O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.

É difícil perder-me. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.


Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo de chuvas tempestivas, nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."


Clarice Lispector

Feliz aniversário amigo!

A luz de velas, de Jéssica Alves de Sousa (in: www.olhares.com)

Parabéns menino E., hoje é o teu dia!

E é uma boa oportunidade a aproveitar para te dizer que...
Amanhã, depois de amanhã, e nos dias que se seguirão também serão teus na busca da merecida felicidade;
Espero continuar a ter o privilégio de ter-te por perto para partilhar alegrias e puxar-te para cima nos dias menos bons, desabafar, ensinar e aprender contigo!
Porque há pessoas que aparecem, quase que por acaso, nas nossas vidas mas não é por acaso que permanecem!


terça-feira, 23 de março de 2010

Constatação

Todas as cartas de amor..., de J. Pedro Martins (in: www.olhares.com)


Nascemos todos com vontade de amar.

Ser amado é secundário. Prejudica o amor que muitas vezes o antecede. Um amor que não pode pertencer a duas pessoas, por muito que o queiramos. Cada um tem o amor que tem, fora dele. É esse afastamento que nos magoa, que nos põe doidos, sempre à procura do eco que não vem. Os que vêm são sempre bem-vindos, às vezes, mas não são o que queremos. Quando somos honestos, ou estamos apaixonados, é apenas um que se pretende.

Tenho a certeza que não se pode ter o que se ama. Ser amado não corresponde jamais ao amor que temos, porque não nos pertence. Por isso escrevemos romances - porque ninguém acredita neles, excepto quem os escreve.

Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa de ser o que é. Só na solidão permanece. (...)

Tenho o meu amor, como toda a gente, mas não o usei. Tenho também a minha história, mas não a contei...


Miguel Sousa Tavares

domingo, 21 de março de 2010

Chegada da Primavera

Chuva de Primavera, de Roberto Martins (in: www.olhares.com)


Por aí, um pouco por toda a parte, começam a surgir os primeiros sinais da chegada da Primavera!

Com ela chegam os dias mais solarengos, os finais de tarde que não convidam a regressar logo a casa (felizmente!), as roupas mais leves e coloridas (os acessórios mais arrojados e vistosos!!), as actividades ao ar livre, as esplanadas, as viagens ao fim-de-semana (menos vezes adiadas pelo mau tempo!). Os campos inundam-se de flores (de todos as cores e feitios), e regressam os frutos da época (as ameixas e os damascos; os pêssegos e as cerejas também não demorarão muito...).

Com a Primavera fica a faltar cada vez menos tempo para obter resultados, cumprir objectivos, ir de férias, rever-vos... E para as noites quentes, as gargalhadas acompanhadas de caipirinhas e morangoskas, o deitar cada vez mais tarde e acordar cedo com o sol a bater no rosto(dando os bons-dias e a não dar hipótese de começar o dia com mau humor!).

A Primavera anuncia o renascer da Natureza, o fim do Inverno e dos dias cinzentões, frios e chuvosos...
E imperativo deixarmo-nos contagear por toda a sua cor e harmonia! Iluminarmo-nos e Renovarmo-nos por Fora e (sobretudo) por Dentro! E (re)nascer, porque não?!




quarta-feira, 17 de março de 2010

O futuro é inventado pelo homem

Eu toco sonhos, de Marilise Oliveira (in: www.olhares.com)

"Temos de descobrir em cada obra este centro, o mais profundo do homem, em que a ciência e poesia são apenas um, são só um acto: o acto da criação continuada do homem, resolutamente orientado para a invenção do futuro.
(...) O futuro, não o descobrimos como Cristóvão Colombo descobriu a América. Não temos que descobri-lo, temos que o inventar. (...)
O homem só se define pelo seu futuro, pelos seus possíveis. Por ele, toda a realidade nasce de um mar de possíveis. A própria história só pode ser abordada do ponto de vista do futuro: não é a realização dum plano divino, nem um amontoado de "dados brutos". Não é a passagem determinista da causa ao efeito, mas sim a passagem finalizada, propriamente humana, do possível para o real.
O homem é olhar em frente, é movimento para diante. Para modificar o mundo: não a predição do futuro, mas sim a invenção do porvir. (...)
A esperança não pode deduzir-se de nenhuma experiência. Pelo contrário, há conflito permanente e necessário entre a experiência e a esperança. Porque a experiência só diz respeito ao passado e ao presente. A esperança é a antecipação militante do futuro. O homem nasce com o aparecimento do projecto. Contrariamente às outras espécies animais, accionadas por impulsos instintivos do passado, o futuro que o homem concebe exerce uma influência eficaz sobre o presente que por ele é construído."


Roger Garaudy, Palavra de homem