domingo, 9 de agosto de 2015

Insatisfação


Escrita fina, quando corre ensina 
não dura um deserto que atravesse
Pode ir sendo, que demore um tempo
mais tarde ou mais cedo... lá me acerto


Na lembrança, o meu céu de criança
a quem nunca se entrega um tom cinzento

por momentos, vem num pensamento
e uma nuvem chove cá por dentro

Quase nada (experimento o céu de negro que há de norte a sul
nunca me conforma (prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
a insatisfação (temo que haja pouco pra me contentar)
nunca me abandona (mas nada me impede de tentar)

Porque tento andar atrás no tempo
e entender a chuva que acontece?

Como por magia há sempre um novo dia
e outra Lua Nova que anoitece
Se a madrugada traz uma canção
pouco importa que me insista hoje em "dia não"
tomei o meu fastidio pra me atormentar
pedras no meu trilho são pra me assentar

Quase nada (experimento o céu de negro que há de norte a sul
nunca me conforma (prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
a insatisfação (temo que haja pouco pra me contentar)
nunca me abandona (mas nada me impede de tentar)

Quando acordar do sono que eu escolhi
quero ter no meu cantinho sempre mais de ti
cada rosa, cada espinho que tanto cresceu
mesmo quando venham pra nublar-me o céu.

Quase nada (experimento o céu de negro que há de norte a sul
nunca me conforma (prometo-me a mim mesma mais de céu azul)
a insatisfação (temo que haja pouco pra me contentar)
nunca me abandona (mas nada me impede de tentar)

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