domingo, 19 de junho de 2011

A Escrita que se esconde em mim

Cais, de Nhaco (retirada daqui)


Tenho sofrido poesia

como quem anda no mar.

Um enjoo.

Uma agonia.

Sabor a sal.

Maresia.
Vidro côncavo a boiar.

Dói esta corda vibrante.
A corda que o barco prende

à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante

vem logo outra que a distende.

Não tem descanso jamais.


(Poema: Vidro Côncavo, de António Gedeão)


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