terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vidas paralelas

(Foto retirada daqui)

Cabisbaixo, de olhar fixo no chão frio do aeroporto, lá andava ele. De lá para cá. De cá para lá, alheado de tudo o que se passava em seu redor. A mera retribuição do desprezo que lhe ofereciam aqueles que não demoravam a olhá-lo. 

Numa mão um saco gasto, opaco, com os seus poucos pertences e na outra um pequeno rádio a pilhas que, certamente, será o único elo de ligação com este mundo que o despejou. 

É apenas mais uma noite que se demora. Uma noite fria mas não tão fria quanto a bagagem sentimental que lhe servirá de companhia... Um passado que lhe deu como presente a rua como lar. 

Foi a primeira vez que o vi. Talvez seja, também, a última. 
A desumanidade tem rosto! 
Não um. Muitos! 




2 comentários:

Anónimo disse...

Infelizmente a rua é o lar de demasiadas pessoas:(

açoriana disse...

Til:

Infelizmente está é mesmo a mais dura das realidades que parece estar em expansão :(