sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um novo amanhecer...

Cores na Carrasqueira, de Jorge Nelson Alves (in: www.olhares.com)


Olhar fixo na linha do horizonte... lá, onde o dia e a noite trocam carícias tão fugazmente, o amanhecer parece ainda mais belo e intenso quanto incrivelmente longínquo.

Gosto de aqui ficar a contemplá-lo e a tentar apurar quanto medirá a lonjura que nos separa mas acabo, inevitavelmente, por me perder nos cálculos.

É então que me lanço ao mar e aposto no desconhecido. Não sei o que me espera, que tempestades terei de ultrapassar, que lutas terei de travar (comigo mesma) para não me deixar vencer pelo desânimo, quantas vezes me terei de perder para me encontrar, quantos os momentos em que me sentirei à deriva ou com medo, esse medo que me paralisa e faz sentir só...

Mas o vento parece estar de feição... porque teimar em remar contra a maré ou manter-me neste cais, onde permaneci, confortavelmente, (talvez) demasiado tempo?

Evito olhar para trás, para que não me sinta tentada a recuar. Desta vez é diferente... sou eu que quero ir, sou eu que sei que nesse cais faz frio demais para apostar em ti, em nós!

Quebro as amarras que me prendem a ti, levando comigo somente o que mudaste em mim... e vou lembrar-me de ti em cada anoitecer, feliz por saber que a noite é efémera e sempre dará lugar a um novo amanhecer...


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