quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Poema para Laurence Caleghari
Com extrema aplicação,
como quem escreve um poema,
compõe o pintor a sua paleta.
Primeiro os brancos, com que inventa os navios. Logo
os amarelos, imenso campo de trigo.
Com os vermelhos,
hasteia uma bandeira. Enquanto
os azuis cumprem o destino do vento.
Com o verde
preenche a alegria das folhas.
E os castanhos são
a pele húmida dos montes.
Finalmente o preto.
Com ele escreverá
apenas a palavra liberdade.
Emanuel Félix
(Poeta açoriano 1936-2004. Este poema foi escrito em Paris, algures no ano de 1979)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
A ilha
"... onde tudo se harmoniza para um banho de tranquilidade sem semelhante. Nem sons de espécie alguma. Só a música natural do silêncio. E o tempo intacto à nossa espera..."
(J.J.S.S.)
sábado, 17 de dezembro de 2011
Ilhas de Bruma
[foto retirada daqui]
Ainda sinto os pés no terreiro
Onde os meus avós bailavam o pezinho
A bela Aurora e a Sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no olhar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
No coração a ardência das caldeiras.
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.
Onde os meus avós bailavam o pezinho
A bela Aurora e a Sapateia
É que nas veias corre-me basalto negro
E na lembrança vulcões e terramotos
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
Se no olhar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
No coração a ardência das caldeiras.
Por isso é que eu sou das ilhas de bruma
Onde as gaivotas vão beijar a terra
É que nas veias corre-me basalto negro
No coração a ardência das caldeiras
O mar imenso me enche a alma
E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança.
José Ferreira
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Cabra Cega
Zero a zero, não me espanta o impasse
Se você quer, escondo o medo sem mostrar como o faço
No entanto amargo a cada som que não me sai, que adormeço
Tenho cara de quem morde mas apenas sou o que mereço
Uma oração pra perder o meu embaraço
Em hora sã hei-de por termo ao que só me traz cansaço
A cada cara à minha volta que me fita só que eu não posso ver
Que tem a fé num perfeito que eu não sei fazer
E eu sei de mais ou menos cem
Quiçá eu não apareço hoje....
Quero ficar bem a sós
Amuada no meu canto e a aquecer a voz.
Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é culta
Mas também, sorrir sai mais barato que cuspir pensamentos à solta
E olha quem, tem a fome da sinceridade ao menos não te dei a volta
E eu não volto a jogar à cabra-cega com usted
Nunca sei porquê o maltrato é um unguento
Que sem ninguém ver vai guardando cimento
A cada cara à minha volta vou lhe dizer só que eu não posso mais...
Quero sedar o meu som confinar-me a afinar em silêncio
Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é esperta
Mas também, fugir pra ti faz parte de investir na pessoa certa
E olha quem vem agora pra ficar é que eu ao menos não deixei aberta
A minha porta a ver quanto tempo sobra pra quem vem
A minha porta a ver quanto tempo sobra
Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é culta
Mas também sorrir sai mais barato que cuspir pensamentos à solta...
E olha quem tem a fome da sinceridade ao menos não te dei a volta
E eu não volto a jogar à cabra-cega com usted
E eu não volto a jogar à cabra-cega
Se você quer, escondo o medo sem mostrar como o faço
No entanto amargo a cada som que não me sai, que adormeço
Tenho cara de quem morde mas apenas sou o que mereço
Uma oração pra perder o meu embaraço
Em hora sã hei-de por termo ao que só me traz cansaço
A cada cara à minha volta que me fita só que eu não posso ver
Que tem a fé num perfeito que eu não sei fazer
E eu sei de mais ou menos cem
Quiçá eu não apareço hoje....
Quero ficar bem a sós
Amuada no meu canto e a aquecer a voz.
Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é culta
Mas também, sorrir sai mais barato que cuspir pensamentos à solta
E olha quem, tem a fome da sinceridade ao menos não te dei a volta
E eu não volto a jogar à cabra-cega com usted
Nunca sei porquê o maltrato é um unguento
Que sem ninguém ver vai guardando cimento
A cada cara à minha volta vou lhe dizer só que eu não posso mais...
Quero sedar o meu som confinar-me a afinar em silêncio
Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é esperta
Mas também, fugir pra ti faz parte de investir na pessoa certa
E olha quem vem agora pra ficar é que eu ao menos não deixei aberta
A minha porta a ver quanto tempo sobra pra quem vem
A minha porta a ver quanto tempo sobra
Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é culta
Mas também sorrir sai mais barato que cuspir pensamentos à solta...
E olha quem tem a fome da sinceridade ao menos não te dei a volta
E eu não volto a jogar à cabra-cega com usted
E eu não volto a jogar à cabra-cega
[Márcia Santos, Álbum "Dá"]
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Admitir...
... é, tantas vezes, desmesuradamente difícil de colocar em prática.
Porque não se querem dar a conhecer as fragilidades e muito menos permitir a confirmação que somos realmente falíveis - que nem sempre (re)agimos da melhor forma, nem dizemos as palavras certas ou encontramos as soluções apropriadas aos problemas com que nos deparamos.
Porque é bem mais fácil permanecer-se na zona de conforto do que partir rumo ao desconhecido, consciente de que as dúvidas e incertezas serão companheiras de viagem.
Porque parece perigoso permitir-se que alguém possa espreitar o nosso interior e conhecer sentimentos, sonhos, dúvidas e inseguranças que nos tornam mais humanos e menos seguros do que aparentamos.
Porque é bem mais fácil permanecer-se na zona de conforto do que partir rumo ao desconhecido, consciente de que as dúvidas e incertezas serão companheiras de viagem.
Porque parece perigoso permitir-se que alguém possa espreitar o nosso interior e conhecer sentimentos, sonhos, dúvidas e inseguranças que nos tornam mais humanos e menos seguros do que aparentamos.
[admitir: latim admitto, -ere, mandar ir, deixar ir, permitir acesso, receber, permitir]
Um verbo a conjugar todos os dias!
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Voltar
Manhã cinzenta faz-me chorar
A chuva lembra o teu olhar
As folhas mortas caem no chão
A dor aperta o coração
Quanto eu não daria para poder voltar atrás
Volta pra meu peito, daqui não saias mais
Perdi-me Amor p'ra te encontrar
Na solidão do teu olhar
No teu olhar se perde o meu
Também o mar se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pro meu peito, daqui não saias mais
[Rodrigo Leão]
A chuva lembra o teu olhar
As folhas mortas caem no chão
A dor aperta o coração
Quanto eu não daria para poder voltar atrás
Volta pra meu peito, daqui não saias mais
Perdi-me Amor p'ra te encontrar
Na solidão do teu olhar
No teu olhar se perde o meu
Também o mar se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta pro meu peito, daqui não saias mais
[Rodrigo Leão]
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Pessoas
Confesso que tenho um fascínio por pessoas que:
... lutam pelos seus ideais porque simplesmente acreditam neles;
... não esmurecem perante as dificuldades e aprendem com elas;
... optam pelos caminhos mais difíceis pelo prazer da caminhada;
... dão de si descomprometidamente;
... sonham e perseguem os seus sonhos;
... tomam decisões complicadas em busca da sua felicidade;
... fazem a diferença na vida daqueles que lhe estão próximos;
... não esmurecem perante as dificuldades e aprendem com elas;
... optam pelos caminhos mais difíceis pelo prazer da caminhada;
... dão de si descomprometidamente;
... sonham e perseguem os seus sonhos;
... tomam decisões complicadas em busca da sua felicidade;
... fazem a diferença na vida daqueles que lhe estão próximos;
Pessoas corajosas, inspiradoras, lutadoras, determinadas, felizes, sábias, sonhadoras e de bem com a vida! Com vocês esquecemos as nuvens cinzentas e andamos com o sol nas palmas das mãos :)
domingo, 4 de dezembro de 2011
Mais um fim-de-semana que termina...
E eu ainda não descobri como exterminar esta neura que se cola a mim no final de domingo, só pelo facto da segunda-feira estar, cada vez mais, próxima!
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Back to Life
I didn´t see it coming
I was blinded by your light
Somehow i´m under your spell
Yeah you brought me
Back to life
Back to life
I´d given up believing
Then you brought me
I still don´t know what you´re looking for
But i´ll make sure you won´t need anymore
Cause you brought me
Back to life
I didn´t even notice
Everything was
In black and white
Until you got
Under my skin
Yeah you brought me
Back to life
Back to life
I´d given up believing
Then you brought me
I still don´t know what you´re looking for
But i´ll make sure you won´t need anymore
Cause you brought me
Back to life
[Mikkel Solnado]
[Mikkel Solnado]
(Não é que faça alguma diferença mas esta voz fantástica é "made in Portugal". Ignorância minha, só descobri esta semana...)
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Tempo: és preci[o]so
O 1.º de Dezembro não significa unicamente um ano somado à restauração da independência de Portugal, conseguida em 1640, depois de 60 anos sob dominio de "nuestros hermanos" e muito menos dia de folga (pelo menos até este ano!).
Para mim e, certamente, para muitos mais arrancar a penúltima folha do calendário é a confirmação que mais um ano está passado «Xiii, passou mesmo rápido!» pensamos nós, ano após ano. E, embora, o consumismo natalício nos distraia (mais ou menos) tomamos consciência que mais um ano se desbota por entre noite e dia.
É tempo de balanço: o que marcou este ano? o que correu bem e mal? o que queríamos ter feito e não conseguimos por causa de nós próprios ou de outro impeditivo qualquer?
É tempo de traçar novos objectivos: como preencher os próximos 365 dias que estão a chegar, prontinhos a estrear? de que cores pintar o horizonte que pretendemos tocar no novo ano?
E quanto aos excedentes iremos ainda a tempo de recuperar algumas metas às quais não chegámos e reciclá-las em jeito de desejos para o novo ano?
As respostas a estas dúvidas que nos assombram, neste final de ano, resumem-se a palavras e as palavras são vento que nos empurram ou nos fazem recuar.
O tempo não perdoa as nossas pausas, quando nos deixamos envolver em algum remoinho de incertezas e passado.
Apenas de uma coisa estou certa: O tempo passa rápido. É preciso para sermos felizes. E é precioso se bem aproveitado!
Para mim e, certamente, para muitos mais arrancar a penúltima folha do calendário é a confirmação que mais um ano está passado «Xiii, passou mesmo rápido!» pensamos nós, ano após ano. E, embora, o consumismo natalício nos distraia (mais ou menos) tomamos consciência que mais um ano se desbota por entre noite e dia.
É tempo de balanço: o que marcou este ano? o que correu bem e mal? o que queríamos ter feito e não conseguimos por causa de nós próprios ou de outro impeditivo qualquer?
É tempo de traçar novos objectivos: como preencher os próximos 365 dias que estão a chegar, prontinhos a estrear? de que cores pintar o horizonte que pretendemos tocar no novo ano?
E quanto aos excedentes iremos ainda a tempo de recuperar algumas metas às quais não chegámos e reciclá-las em jeito de desejos para o novo ano?
As respostas a estas dúvidas que nos assombram, neste final de ano, resumem-se a palavras e as palavras são vento que nos empurram ou nos fazem recuar.
O tempo não perdoa as nossas pausas, quando nos deixamos envolver em algum remoinho de incertezas e passado.
Apenas de uma coisa estou certa: O tempo passa rápido. É preciso para sermos felizes. E é precioso se bem aproveitado!
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Pensar

"... pensava de mais. Em tudo o seu cérebro se prendia. Andava em redor dos problemas, metia-se neles, afogava-se neles, e, por fim, o seu próprio pensamento já era um problema. Esquecia o que mais importava e punha-se à procura dos motivos, das razões. A vida corria-lhe ao lado e não atentava nela. A questão a resolver estava ali e não a via. Ainda que ela pudesse gritar: «Estou aqui! Olha para mim!», não a ouviria."
[José Saramago, Claraboia]
Idade do Céu
Não somos mais
que uma gota de luz
uma estrela que cai
uma fagulha tão só na idade do céu
No somos lo que quisiéramos ser
solo un breve latir
en un silencio antiguo
con la edade del cielo
Calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu
Não somo mais
que um punhado de mar
um gracejo de Deus
um capricho do sol do jardim do céu
No damos pie
entre tanto tic tac
entre tanto big-bang
solo un grano de sal
en el mar del cielo
Calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu
(Susana Félix & Jorge Drexler)
[Estou completamente rendida a esta versão... para ouvir em modo "repeat"]
uma estrela que cai
uma fagulha tão só na idade do céu
No somos lo que quisiéramos ser
solo un breve latir
en un silencio antiguo
con la edade del cielo
Calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu
Não somo mais
que um punhado de mar
um gracejo de Deus
um capricho do sol do jardim do céu
No damos pie
entre tanto tic tac
entre tanto big-bang
solo un grano de sal
en el mar del cielo
Calma, tudo está em calma
deixa que o beijo dure
deixa que o tempo cure
deixa que alma
tenha a mesma idade que a idade do céu
(Susana Félix & Jorge Drexler)
[Estou completamente rendida a esta versão... para ouvir em modo "repeat"]
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Inevitavelmente...
domingo, 27 de novembro de 2011
Caos organizado
Este fim-de-semana o Banco Alimentar levou a cabo mais uma campanha de angariação de bens alimentares. Embora já há algum tempo colabore, este ano colaborei, também, como voluntária.
Ontem, estive no armazém onde vários voluntários (dos 5 aos 70 anos ou até um pouco mais...) separam os bens angariados. Todos tentam ajudar da melhor forma e a aparente confusão é, minutos depois, a confirmação de um caos organizado.
No regresso a casa não pude evitar refletir sobre a experiência. É de louvar a dedicação dos voluntários que tentaram ajudar na medida do possível. Mas será que estas pessoas são efectivamente cidadãs activas? Será que no dia-a-dia se preocupam com os outros? Ajudam a algum idoso a atravessar a rua? Contribuem para a superação de alguma dificuldade de alguém que lhe é próximo?
Quero acreditar que todas estas pessoas fazem a diferença nos 365 dias do ano e não apenas nos 2 em que ocorre esta campanha tão nobre!
Ontem, estive no armazém onde vários voluntários (dos 5 aos 70 anos ou até um pouco mais...) separam os bens angariados. Todos tentam ajudar da melhor forma e a aparente confusão é, minutos depois, a confirmação de um caos organizado.
No regresso a casa não pude evitar refletir sobre a experiência. É de louvar a dedicação dos voluntários que tentaram ajudar na medida do possível. Mas será que estas pessoas são efectivamente cidadãs activas? Será que no dia-a-dia se preocupam com os outros? Ajudam a algum idoso a atravessar a rua? Contribuem para a superação de alguma dificuldade de alguém que lhe é próximo?
Quero acreditar que todas estas pessoas fazem a diferença nos 365 dias do ano e não apenas nos 2 em que ocorre esta campanha tão nobre!
Tributo ao Fado
...porque a partir de hoje o FADO foi reconhecido pela Unesco como Património Imaterial da Humanidade.
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob a chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
[CHUVA, Mariza]
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob a chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
[CHUVA, Mariza]
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
:)
"Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios."
[E é assim que me sinto - feliz e com muitos motivos para sorrir...]
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Há sempre caminho para andar...
Quantas vezes somos manipulados pelas nossas primeiras impressões?
Vezes de mais, diria eu, com toda a convicção!
Vezes de mais, diria eu, com toda a convicção!
E isto porque é-nos fácil acreditarmos nas pequenas certezas que desenhamos em torno de uma pessoa, um objecto, um acontecimento...
Arriscarmos por algum caminho desconhecido pela nossa cartografia mental requer, obviamente, esforço e motivação para contrariarmos a nossa aptência para ceder às facilidades.
Como qualquer um, também eu segui pelo trajecto mais fácil tantas vezes. Provavelmente, em alguns casos, não extraí quaisquer benefícios com isso e menti a mim mesma ao não me obrigar a ir além do que os meus olhos diziam ver. Na verdade, "nem sempre o que parece é" já dizia a minha avó.
Há que ir sempre mais além (ou tentar, pelo menos!), mesmo que o caminho pareça terminar mesmo ali à nossa frente.
Há sempre caminho para andar...
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Porque eles comemoram 30 anos de carreira...
De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar,
Se você não vem e eu estou a lhe esperar.
Só tenho você, no meu pensamento,
E a sua ausência, é todo meu tormento.
Quero que você, me aqueça neste inverno,
E que tudo mais vá pro inferno.
De que vale a minha boa vida de playboy,
Se entro no meu carro e a solidão me dói.
Onde quer que eu ande, tudo é tão triste,
Não me interessa, o que de mais existe.
Quero que você, me aqueça neste inverno,
E que tudo mais vá pro inferno.
Não suporto mais, você longe de mim,
Quero até morrer, do que viver assim.
Só quero que você me aqueça neste inverno,
E que tudo mais vá pro inferno.
[Quero que vá tudo pro Inferno, GNR]
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Finalmente...
É quase sexta-feira e o fim-de-semana está à chegar. É desta que me rendo ao sofá, às leituras e ao chá... :)
domingo, 30 de outubro de 2011
Caminho de voltar
Há sempre um sítio para fugir,
Se queres saber,
Um sítio onde podes descansar.
Há sempre alguém para te agarrar e te esconder
Se vais cair, eu vou te ver
Antes da dança, antes da fuga
Eu sei te ver
Antes do tempo te mudar eu vou saber
Antes da névoa te despir e te levar
Há um sítio onde o escuro não chegou
Por onde podes ir
Um rio para libertar.
Há sempre alguém para te salvar
Se queres saber, se queres sentir outro lugar
Há sempre alguém para te dizer se vais cair
Para te travar e adormecer
Antes do dia, antes da luta, eu sei te ver
Antes da noite te sarar eu vou saber
Antes da chuva te romper e te lavar
Há um sítio onde a estrada te deixou
Por onde tens que ir se te queres libertar.
E tudo o que for por bem, tudo o que der razão
Como ponte vai ligar.
Tudo te vai unir, tudo se faz canção
No caminho de voltar, no caminho de voltar...
Há sempre paz noutro lugar, entre nuvens
Um sítio onde podes perceber
Que há sempre alguém para te ver em segredo
Te descobrir
E renovar.
(Tiago Bettencourt)
Se queres saber,
Um sítio onde podes descansar.
Há sempre alguém para te agarrar e te esconder
Se vais cair, eu vou te ver
Antes da dança, antes da fuga
Eu sei te ver
Antes do tempo te mudar eu vou saber
Antes da névoa te despir e te levar
Há um sítio onde o escuro não chegou
Por onde podes ir
Um rio para libertar.
Há sempre alguém para te salvar
Se queres saber, se queres sentir outro lugar
Há sempre alguém para te dizer se vais cair
Para te travar e adormecer
Antes do dia, antes da luta, eu sei te ver
Antes da noite te sarar eu vou saber
Antes da chuva te romper e te lavar
Há um sítio onde a estrada te deixou
Por onde tens que ir se te queres libertar.
E tudo o que for por bem, tudo o que der razão
Como ponte vai ligar.
Tudo te vai unir, tudo se faz canção
No caminho de voltar, no caminho de voltar...
Há sempre paz noutro lugar, entre nuvens
Um sítio onde podes perceber
Que há sempre alguém para te ver em segredo
Te descobrir
E renovar.
(Tiago Bettencourt)
terça-feira, 25 de outubro de 2011
“Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. (…) Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados? (…) Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. (…) Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. (…) Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós.”
Fernando Alvim
domingo, 23 de outubro de 2011
sábado, 22 de outubro de 2011
Acordar
Não parti, mas já não sei voltar.
Ando às voltas a esquecer quem sou.
Bebo a noite até o Sol chegar.
Ele sempre me encontrou.
Só o Amor me faz correr.
Só o Amor me faz ficar.
Só o Amor me faz perder.
Só o Amor me faz querer mais.
Não sei viver sem ter de viver.
O que me dão já não sei gostar.
Não se perde o que não se quer ter.
Cada vez mais sei esperar.
E se for a primeira vez,
que os teus dedos tocam a luz da manhã.
Dá-me a tua mão. Respira o ar do dia.
Talvez nada mais.
(Rádio Macau)
Ando às voltas a esquecer quem sou.
Bebo a noite até o Sol chegar.
Ele sempre me encontrou.
Só o Amor me faz correr.
Só o Amor me faz ficar.
Só o Amor me faz perder.
Só o Amor me faz querer mais.
Não sei viver sem ter de viver.
O que me dão já não sei gostar.
Não se perde o que não se quer ter.
Cada vez mais sei esperar.
E se for a primeira vez,
que os teus dedos tocam a luz da manhã.
Dá-me a tua mão. Respira o ar do dia.
Talvez nada mais.
(Rádio Macau)
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Sabe bem...
...poder chegar ao final do dia e perceber que se contribuiu para que a vida de alguém fizesse mais sentido. O cansaço desprende-se do nosso corpo para que uma doce tranquilidade nos invada. Sabe bem, muito bem! E apetece repetir todos os dias...
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Inspiração
Colhes as letras nos canteiros floridos do teu ser. Na ponta do meu lápis, as palavras começam a crescer e entrelaçam-se enquanto tu me observas. Passas horas aí, em cima da cama, com o queixo apoiado nas duas mãos, imóvel, apenas bamboleando os pés, alternadamente. Nesta minha folha em branco, as palavras ganham contornos e deixam-se preencher pela tua presença inspiradora. Com elas vivemos histórias que não são nossas. São daqueles que encontramos no caminho e no sonho.
domingo, 19 de junho de 2011
A Escrita que se esconde em mim

Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar.
Um enjoo.
Uma agonia.
Sabor a sal.
Maresia.
Vidro côncavo a boiar.
Dói esta corda vibrante.
A corda que o barco prende
à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.
(Poema: Vidro Côncavo, de António Gedeão)
A corda que o barco prende
à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.
(Poema: Vidro Côncavo, de António Gedeão)
quarta-feira, 15 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
São Jorge Universo
Na ilha
o tempo é uma longa música
de espera
que os camponeses repartem
entre o tempo da pesca e do milho.
Quando chove
os homens interrompem as conversas
e olham magneticamente
a água suada do céu.
Chover na ilha
cria o mar total: o mar
caído do céu, ao lado do mar,
que dorme,
vermelho e magnífico.
O mar é um cavalo azul
que os homens da ilha olham
como égua fresca e demorada,
que o sol desmontou,
e galopa livre e inundada!
Se há universo na rua dos douradores,
o que é o universo nesta ilha
onde até o universo sobeja?
Carlos Faria
Mornaça Lírica
Bruma!!!
A bruma é um dia em flor...
A cinza é o mar-total: todo o espaço é perto e curvo!
São rosas estes dias.
Tanto faz ser noite ou dia.
As manhãs dão uma frescura nova, ocorrendo-nos sobre a pele...
Uma garça saíu, branca, agora do cinzento e corre sem fronteiras para os nossos olhos.
A manhã vai alta.
Não há vento ou vozes que acordem este silêncio e façam as folhas voltarem às urzes secas. O mar está deitado sobre o seu corpo de seda, esta água!
As rosas na ilha é que se movem: aroma de asas!
Carlos Faria
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Tributo a Fernando Pessoa

Sou um guardador de rebanhos
Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei da verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro
Porque hoje somam-se 123 anos desde o nascimento do inigualável e genial Fernando Pessoa, partilho um dos poemas que mais gosto, de um dos seus heterónimos - Alberto Caeiro, porque acredito que é nas pequenas coisas da vida que podemos beber felicidade - um sorriso, uma tarde de sol, uma música, um abraço, a companhia de um amigo... Por vezes é quanto basta para nos sentirmos em plena comunhão com o [nosso] mundo.
sábado, 11 de junho de 2011
O som da máquina de escrever do vizinho de cima é como o tiquetaquear metálico e persistente do relógio que, em noite de insónias, rouba o protagonismo ao silêncio do sono. Os meus dedos não acompanham as palavras que ganham vida própria e se escondem debaixo dos caracóis dos meus cabelos. Só o fazem para me segredar histórias. Algumas minhas, outras não.
«Havia um livro imaginário com páginas que latejavam ao ritmo da sua própria angústia. As palavras eram soletradas a uma distância que me impossibilitava de as repetir, e muito menos escrever. Corri pela rua fora. Cheguei ao paredão da rocha. Voltei-me. De braços na horizontal, em paralelo com o horizonte, fixei o olhar para além das pequeninas montanhas que se elevavam por detrás da mancha esbranquiçada do casario. Olhei o moinho. Sorri-lhe. Minha testemunha de insossego. Companheiro fiel de noites em que naveguei à deriva. De respiração contida, pus-me à escuta. Reconheci, afinal, que as palavras eram a voz que, há séculos, me perseguia como sombra, misto de agonia e ternura. Tentei, a medo, iniciar um diálogo que foi interrompido logo que a primeira sílaba da minha boca se despediu, no ar. Foi a voz que falou primeiro:
- Não sabes como iniciar esta estória, não?
Tal pergunta era exactamente a que eu esperava. Como rafeiro envergonhado, refugiei-me no gesto de desenhar pequenos círculos com o meu pé descalço no chão de areia solta e juncado de palha. A voz pareceu-me sorrir. E ordenou-me:
- Escreve, já que o teu tempo foge como as nuvens sopradas pelo vento. Escreve!»
- Não sabes como iniciar esta estória, não?
Tal pergunta era exactamente a que eu esperava. Como rafeiro envergonhado, refugiei-me no gesto de desenhar pequenos círculos com o meu pé descalço no chão de areia solta e juncado de palha. A voz pareceu-me sorrir. E ordenou-me:
- Escreve, já que o teu tempo foge como as nuvens sopradas pelo vento. Escreve!»
José Francisco Costa (in Mar e Tudo, 1998)
quinta-feira, 26 de maio de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
Linhas Cruzadas
Reajo a esse incómodo olhar
Nem quero acreditar
Que vem na minha direcção
Há dias que estou a reparar
Nem queres disfarçar
Roubas a minha atenção
Aprecio o teu dom de tornar
Num clique o meu falar
Numa total confusão
Confesso que só de imaginar
Que te vou encontrar
Me sobe à boca o coração
E falas de ti
E falas do tempo
Prolongas o momento
De um simples cumprimentar
Falas do dia
Falas da noite
Nem sei que responda
Perdido no teu olhar
É certo que sempre ouvi dizer
Que do querer ao fazer
Vai um enorme esticão
Mas haverá quem possa negar
Que querer é poder
E o nunca é uma invenção
Bem sei que este nosso cruzar
Pode até nem passar
De um capricho sem valor
Mas porque raio hei-de evitar
Se esse teu ar
Me trouxe ao sangue calor
E falas de ti
E falas do tempo
Prolongas o momento
De um simples cumprimentar
Falas do dia
Falas da noite
Nem sei que responda
Perdido no teu olhar
[Virgem Suta]
Que vem na minha direcção
Há dias que estou a reparar
Nem queres disfarçar
Roubas a minha atenção
Aprecio o teu dom de tornar
Num clique o meu falar
Numa total confusão
Confesso que só de imaginar
Que te vou encontrar
Me sobe à boca o coração
E falas de ti
E falas do tempo
Prolongas o momento
De um simples cumprimentar
Falas do dia
Falas da noite
Nem sei que responda
Perdido no teu olhar
É certo que sempre ouvi dizer
Que do querer ao fazer
Vai um enorme esticão
Mas haverá quem possa negar
Que querer é poder
E o nunca é uma invenção
Bem sei que este nosso cruzar
Pode até nem passar
De um capricho sem valor
Mas porque raio hei-de evitar
Se esse teu ar
Me trouxe ao sangue calor
E falas de ti
E falas do tempo
Prolongas o momento
De um simples cumprimentar
Falas do dia
Falas da noite
Nem sei que responda
Perdido no teu olhar
[Virgem Suta]
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